O universo materno é extraordinário – tão vasto e complexo que quase não cabe em palavras. Ser mãe é viver uma experiência que só se compreende na prática: nas alegrias, nos desafios, nas transformações e nas descobertas que surgem a cada dia. Cada momento com meus filhos é um encontro – e muitas vezes, um desencontro – entre amor, aprendizado, caos e encantamento.

Mas, entre tudo isso, algo se destacou para mim: o questionamento profundo sobre minha identidade. Eu me via tentando ser muitas coisas ao mesmo tempo, e, pela primeira vez, me perguntava de maneira real e honesta:
Quem sou eu agora? O que eu realmente desejo para o meu futuro?

Foi desse lugar de inquietude que aprendi a ouvir minha voz interior. Passei a me olhar com mais gentileza, a investigar o que me preenchia e o que dava sentido à minha vida. E foi assim que nasceu um desejo profundo de me reconectar com uma nova direção profissional – algo alinhado com meus valores, minha verdade e o impacto que eu desejava gerar.

Percebi que não queria mais apenas “ter um trabalho”. Eu queria sentir propósito, vitalidade, verdade. Queria me sentir viva no que eu fazia.

Mas o caminho não foi simples. Quando minha primeira filha nasceu, imaginei que minha carreira seguiria igual – e logo entendi que não seria assim. A adaptação à creche, as longas horas longe dela, a culpa, a dúvida, a sensação de desconexão… tudo isso me levou a questionar se aquele modelo de vida ainda fazia sentido.

Quanto mais eu tentava me encaixar no “esperado”, mais distante eu me sentia de mim mesma. Foi um período marcado por frustrações, tentativas e um profundo sentimento de perda de direção — sensações que muitas mulheres conhecem bem, principalmente após a maternidade.

Até que, numa viagem em família, tive um instante de absoluta clareza. Observando minha filha correr por um campo florido, entendi que o que eu mais buscava era justamente aquilo: simplesmente viver com mais presença, leveza e verdade. Não era sobre status, segurança ou produtividade.
Era sobre viver alinhada com quem eu realmente sou.

A partir desse momento, tomei decisões que antes pareciam impossíveis. Soltei expectativas, padrões e caminhos que já não me pertenciam. Pouco depois, descobri que estava grávida novamente – uma confirmação silenciosa de que eu finalmente estava no rumo certo.

A maternidade se tornou meu maior laboratório de autodesenvolvimento. E, quando minhas duas filhas já estavam ao meu lado, as perguntas sobre carreira retornaram – agora mais fortes, mais sinceras e mais maduras.

Eu percebia que não buscava apenas um novo emprego.
Eu buscava um trabalho com significado, algo que refletisse meu crescimento, meus valores, minha nova identidade como mulher e como mãe.

E foi ao me permitir um processo de coaching profundo e bem estruturado que as respostas finalmente se tornaram visíveis. Eu entendi que minha verdadeira força estava em ajudar outras mulheres a se reconectarem com o que realmente importa em suas vidas profissionais, especialmente aquelas vivendo transições, dúvidas ou reinvenções.

Esse era meu impulso mais genuíno, minha essência em movimento, um caminho que sempre esteve ali, esperando para ser visto.

Hoje, compreendo que viver alinhada aos meus valores é uma construção diária. A mudança é contínua, nunca linear. A jornada não tem ponto final; ela é um constante “vir a ser”.

Mas tudo começa com um passo:
decidir ouvir seu coração e levar a sério o que ele está pedindo.

E você?
Quais são as perguntas que têm te inquietado ultimamente?
O que dentro de você pede mudança, direção ou clareza?
O que a sua alma quer manifestar na sua vida profissional?

Busque. Questione. Reescreva sua história.
Em algum momento, algo dentro de você vai se acender – e esse será o sinal de que o seu novo caminho começou.